Autor: Carlos Alberto - Data: 12/04/2022 14:33

Provedor da Santa Casa usa a tribuna da Câmara para explicar a situação das cirurgias eletivas em Guaxupé

Os médicos José Silvério Filho e Roberto Vergili, da direção da Santa Casa, e o gerente administrativo do Hospital, professor Francisco Carlos Ribeiro
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O provedor da Santa Casa de Guaxupé, Dr. Roberto Vergili, usou a Tribuna da Câmara Municipal nesta noite de segunda-feira, 11 de abril, durante a 5ª Sessão Ordinária. A participação do referido dirigente àquela Casa de Leis teve como objetivo prestar esclarecimentos sobre as cirurgias eletivas. Motivo da ansiedade da população regional, o tema em questão foi tratado a pedido do presidente da Comissão de Saúde do Legislativo guaxupeano, vereador Marcelo de Araújo Cunha.
Dr. Roberto esteve acompanhado pelo também médico e conselheiro do Hospital, Dr. José Silvério Filho; além do gerente administrativo da entidade, professor Francisco Carlos Ribeiro (Chico). Em seu pronunciamento, o provedor explicou que os procedimentos estão sendo realizados via mutirões. Porém, ele tem ouvido críticas e percebido o que definiu como falta de esclarecimentos: "A impressão que tenho é de que há uma desinformação quanto ao destino da verba e sua execução. Então, me senti na obrigação de vir aqui prestar esclarecimentos", disse Dr. Roberto, que completou: "Há uma diferença entre eletivas e urgentes. Cirurgias de urgência têm que ser resolvidas num curto espaço de tempo, às vezes até com riscos à saúde do paciente. Já as eletivas são aquelas em que o paciente pode aguardar um prazo maior para ocorrerem", detalhou o médico.
Atualmente, a Santa Casa mantém um caixa de aproximadamente R$ 2.500.000,00, cujo montante faz parte da verba destinada pelo deputado federal Emidinho Madeira, pouco antes da pandemia do Novo Coronavírus, tendo os procedimentos cirúrgicos sido iniciados naquela época, mas suspensos por conta da pandemia. "No Brasil, desde a década de 80, quando o SUS foi instalado, as cirurgias eletivas estão represadas. E isso muito se deve à má remuneração que o SUS faz hoje aos hospitais. Para se ter uma ideia, um profissional médico recebe entre R$ 50 a R$ 100 por uma cirurgia de portes médio ou alto, pela tabela SUS, mesmo com todas as complicações que possa ocorrer. Então, o governo não consegue fazer com que isso seja um atrativo e, consequentemente, vai se represando e hoje chegamos a essa situação", enfatizou Dr. Roberto.
De acordo com a direção da Santa Casa, há dois anos a fila contava com aproximadamente 1.300 pessoas. Ciente das cobranças por parte da população, o gestor comentou: "Somos referência em nove municípios com casos de média complexidade, o que totaliza quase duzentas mil pessoas. Mesmo quando não há vagas, eles despejam as demandas em nossa Santa Casa, onde, só nesta sexta-feira, por exemplo, fizemos vinte e duas cirurgias, entre mutirões e outras. Ou seja: nossa carga máxima, pois temos limitações em nosso centro cirúrgico, com apenas seis salas. Por isso, tudo é feito com muito critério e coerência e, vale lembrar, que a Covid-19 gerou um verdadeiro caos, com épocas em que ficamos sem 54 enfermeiros de uma só vez", justificou o dirigente.
Segundo Dr. Roberto, as cirurgias eletivas foram retomadas dia 7 de março último, com procedimentos de urologia, ginecologia, oftalmologia, vascular, otorinolaringologia e ortopedia. O cronograma de execução é realizado mensalmente com consultas pré-operatórias, avaliações anestésicas e tudo dentro da capacidade operacional do centro cirúrgico (onde, além das eletivas, são feitos também os urgentes, ortopédicos, ginecológicos, obstétricos e pequenos procedimentos).

A saúde financeira
Ainda sobrea saúde financeira, da Santa Casa, o provedor respondeu: "O Hospital consegue sobreviver porque 85% da renda vem do SUS. A Prefeitura mantém, via custeio, a Santa Casa, via nível dois, com anestesista, ortopedista, genecologista, cirurgia-geral, pediatra. Assim, são destinados recursos estaduais e federais, de acordo com as metas sendo alcançadas. Além disso, há emendas parlamentares, como os recursos destinados pelo deputado federal Emidinho Madeira, para as cirurgias eletivas. Esse dinheiro não chega para nós sem um plano de trabalho. Vem para uma conta especial e pode ser usado exclusivamente para esse fim. Então, não procede dizer que a Santa Casa está nadando em dinheiro, que o provedor está rico e temos dinheiro para tudo. É mentira! É verba carimbada e isso jamais acontecerá", desabafou Dr. Roberto.

AS MELHORIAS
Ainda em seu pronunciamento, Dr. Roberto destacou as melhorias propostas à Santa Casa a partir de 2020. Entre elas, a instalação de ponto eletrônico no Centro Regional de Hemodiálise Sálvio Santos Campos, compra de novas máquinas para as diálises, a implantação de um poço artesiano, a compra de duas máquinas para limpeza de capilares, troca de galões de soluções também para a Hemodiálise, ampliação do referido serviço em favor dos renais crônicos; iniciada a ampliação do Pronto Socorro, dos mutirão de cirurgias eletivas e do projeto do centro cirúrgico; um tomógrafo para exames de imagens, aprimoramento da rede de internet em todo o Hospital, programa de reestruturações da rede elétrica e telhado da Santa Casa, usina de oxigênio, aquisição de seis caixas d"água, entre outras. CLIQUE AQUI e veja a íntegra do discurso de Dr. Roberto Vergili. - Vale lembrar que, ao final da participação do Hospital à sessão da Câmara, o vereador Marcelo frisou que a diretoria da Santa Casa receberá ofício da Comissão de Saúde com mais questionamentos. "Não foi possível sanar todas as dúvidas, as quais são da população guaxupeana. Então, oficiaremos a diretoria do Hospital para novos esclarecimentos", informou o vereador.

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