Autor: Carlos Alberto - Data: 27/10/2022 15:27

Juiz eleitoral de Guaxupé indefere pedido de censura a documentário com críticas a Bolsonaro

O juiz eleitoral, Dr. Milton Furquim. Filme, produzido pelo estudante guaxupeano Otávio Mello, foi exibido no Cine 14 Bis, na noite desta quarta, 26, com entrada franca, sala lotada e a autorização da Justiça
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O juiz eleitoral para Guaxupé, Guaranésia e São Pedro da União, no Sudoeste mineiro, Dr. Milton Biagioni Furquim, indeferiu, nesta quarta-feira, 26 de outubro, um pedido anônimo de liminar proibindo o curtametragem "(Des) Governo", produzido pelo estudante guaxupeano, Otávio Mello, de 17 anos, com críticas sobre o mandato do atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal. Acionado nesta segunda, 24, o referido magistrado considerou censura prévia o impedimento do filme, que foi exibido no Cine 14 Bis, nesta quarta, dia 26, com entrada franca.
Dr. Milton Furquim condenou a solicitação: "O que se busca com esta denúncia constitui censura, na forma mais direta e odiosa que uma manifestação artística pode sofrer. Ainda mais quando se pede a proibição da veiculação sem ao menos descrever, relatar o seu conteúdo, no que consiste a película em seus pormenores, já que a chamada com o título "(Des) Governo" não é suficiente para ceifar o direito de manifestar seus pensamentos, ideias e valorações artísticas", manifestou-se o juiz.
Produzido à base de recortes de noticiários jornalísticos, o curta destacou o período da pandemia do Novo Coronavírus, quando o governo federal foi extremamente criticado pela forma com que o presidente Bolsonaro tratou a questão. Seu conteúdo, desta forma, evidentemente causou repúdio entre apoiadores do referido político, que concorre à reeleição no pleito deste domingo, 30 de outubro, quando enfrentará o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, no segundo turno das eleições. Com o cinema local lotado principalmente por jovens, a produção artística foi exibida sob a autorização do Judiciário.
Também a respeito da denúncia não acolhida pela Justiça Eleitoral de Guaxupé, Dr. Milton chamou a atenção, em seu despacho, para a importância da liberdade de expressão: "Ela é marcada pelo desencontro entre o discurso oficial e o comportamento do poder público, pela distância entre intenção e gesto. Em nome da religião, da segurança pública, do anti-comunismo, da moral, da família, dos bons costumes e outros pretextos, a história brasileira na matéria tem sido assinalada pela intolerância, a perseguição e o cerceamento da liberdade. Entre nós, como em quase todo o mundo, a censura oscila entre o arbítrio, o capricho, o preconceito e o ridículo. Assim é porque sempre foi", destacou o magistrado.

O QUE ACOU? - Evidentemente feliz com o resultado da decisão da Justiça, o autor do filme fez um pronunciamento ontem, no Cine 14 bis, sobre o fato: "Acho que isso é medo de quem pensa e tem orgulho de pensar; inveja de quem não tem receio de envolver seu nome naquilo que acredita. A denúncia, adivinhem, era anônima! Isso tem nome: covardia!", desabafou Otávio Mello, cuja produção foi muito elogiada por quem assistiu: "Esse documentário deveria passar em todos os cinemas do Brasil", disse Fabiana Caruzo. "Acho o anonimato legítimo quando parte de quem é oprimido, do lado de quem a "corda sempre arrebenta". Mas, anonimato de quem detém o poder político e econômico, para mim, só tem um nome: "covardia"!" complementou o presidente do PT de Guaxupé, Dr. Éverton Lima de Oliveira.

Ainda sobre o caso em questão, cuja polêmica tomou conta das redes sociais e das discussões físicas na cidade, a partir do anúncio da exibição de "(Des) Governo" no Cine 14 Bis, o juiz eleitoral reconheceu que o conteúdo é desfavorável a Jair Bolsonaro. Por outro lado, Dr. Milton entende que isso não seja motivo para censurar o trabalhho do estudante guaxupeano: "No caso em apreço, apesar de comprovada a exibição a ser efetivada e documentário contrário aos interesses do presidente da República, que é candidato à reeleição e, portanto, potencialmente prejudicado pela ação, a ilegalidade da situação comprovada não está, ainda", expressou Furquim, cujo tema deverá ter desdobramentos futuros. - CLIQUE AQUI e receba os conteúdos do JOGO SÉRIO em seu whtasapp. - AJUDE O Jornal com um PIX de qualquer valor para (35) 9-8884-6778. - A QUALQUER momento, acesse www.jornaljogoserio.com.br e fique muito bem informado.

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