Autor: Carlos Alberto - Data: 06/12/2016 22:52

Nossos menores infratores, nossas autoridades desmotivadas e nosso Estado falido

Editorial do Jornal JOGO SÉRIO dá conta de um estado de intranquilidade em Guaxupé, onde a fragilidade da legislação e a falta de estrutura prejudica o trabalho dos aplicadores da lei
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Nesta semana uma vídeo-matéria feita pelo Jornal JOGO SÉRIO deixou triste e preocupada a equipe responsável pela produção do conteúdo. Correspondente à incidência de crimes violentos praticados por jovens com idades entre 15 e 17 anos, a reportagem ouviu autoridades de diferentes segmentos. Cada qual a sua maneira, todas elas têm esforçado-se para solucionar a problemática. Contudo, demonstraram, em suas entrevistas, uma lamentável impotência, haja vista que “enxugam gelo” e vão perdendo a guerra travada com adolescentes infratores. Num município entre cinquenta e sessenta mil pessoas, em apenas duas semanas, três meninos, que deveriam estar se preparando para defender o País, num futuro-presente, trocaram livros por armas de fogo e colocaram um expressivo número de pessoas de bem em polvorosa. E o que é pior: beneficiados por aquilo que está sendo chamado de “BATE E VOLTA DA IMPUNIDADE”, os delinquentes retornam às ruas logo após as seguidas apreensões por assaltos, tráfico e outros males.

A matéria, que contou com as participações de praticamente todos os veículos de imprensa da cidade, foi ao ar em atendimento às reivindicações de pessoas, apavoradas com os seguidos roubos, onde o “trio parada dura” comete atrocidades com suas vítimas, de forma fria, cruel e ousada. Ciente de seu papel, junto à comunidade, repórteres unidos transmitiram, aos poderes constituídos, a pergunta que não quer se calar: “Por que estes menores cometeram vários crimes e não foram internados, quando a legislação permite uma punição?”. É, mas para quem está de fora, alheio ao que a lei deixa ou não fazer, é mais fácil achar que há negligência das polícias, do Ministério Público e do Judiciário. Entretanto, ao ouvir aqueles que dão suas vidas para prender os criminosos, além dos que apuram, os que ratificam, condenam e livram a sociedade do mal, é que se entende o que há. Com o Estado de Minas Gerais “quebrado”, num decreto de falência oficial, por parte do governo, constata-se o quanto o cidadão está “a pé”. Para a população, é assim: “a polícia captura, o promotor representa e o juiz manda prender”. Porém, sem local adequado para internamentos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, fica quase impossível coibir as contravenções penais.

Sim, público deste JOGO SÉRIO... estamos num período em que falta gasolina para os veículos das polícias (e falta polícia suficiente para as cidades; e sobram cidadãos sedentos, más legislações e um Brasil prejudicado), onde o crime organiza-se cada vez mais e desafia os poderes constituídos. No meio disto tudo, a população tenta equilibrar-se num País escorregadio, embora feito de gente boa à beça! E, cada dia menos, as famílias conseguem sossego, criar os filhos com tranquilidade, ir ao lazer sem que estejam tementes a um evento roubo e, enfim, tendo que se trancar em casa, com medo. Até quando? Bem, a própria matéria, com a visível descrença dos homens que servem e protegem, dá conta de que a solução está longe de acontecer. “Mas são só três garotos!”. Não, não são; são hoje estes três, mas outrora houve um outro, e antes dele outro, e outro, e outro haverá de ter, lamentavelmente. Bem, mas como a vida é feita de desafios, este é mais um para esta “terra tão catita, linda e com mil flores, que pertence à Senhora Mãe das Dores”, a qual não deseja que seus filhos sofram tanto (nem as vítimas, nem os algozes). Se é assim, olha aí a oportunidade de se construir a tão sonhada e pedida casa-custódia para menores infratores. Tema de audiência pública da própria Assembleia Legislativa, o referido abrigo seria, de acordo com todos os homens da segurança pública guaxupeana, uma solução rápida e eficaz, para a manutenção da ordem. É hora, então, das autoridades, os representantes de classes, os formadores de opinião e o povo, de mãos dadas, darem mais um importante passo à evolução social.

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