Autor: Carlos Alberto - Data: 26/06/2016 12:03

Debate na ALMG destaca papel da imprensa contra o abuso de álcool

Necessidade de se monitorar programas de prevenção entre os adolescentes também foi ressaltada em reunião.
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A importância do jornalismo no âmbito das ações de prevenção ao abuso de álcool foi um dos destaques no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na manhã desta sexta-feira (24/6/16), durante o Debate Público Álcool não é Brincadeira. Na mesma reunião, os participantes ressaltaram, também, a necessidade de se monitorar os programas de prevenção do consumo de bebidas alcoólicas entre adolescentes, para avaliar seus reais impactos. Além disso, falaram também de algumas drogas ilícitas e reforçaram a necessidade de oferecer tratamento, e não punição, para os usuários.

Os trabalhos da manhã fora divididos em duas mesas. A primeira foi chamada de "Boas práticas em prevenção ao uso/abuso de drogas e desafios e perspectivas no contexto nacional". A professora do curso de Medicina das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac) e doutoranda em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), psicóloga Raquel Turci Pedroso, ressaltou que é preciso avaliar os programas e ações. “Definimos nossas estratégias como preventivas porque olhamos para suas intenções, não temos de fato comprovações científicas de que elas funcionem assim, como preventivas”, afirmou.

Ela citou o exemplo do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), da Polícia Militar. “O único estudo que temos sobre o programa diz que ele é inócuo”, disse. Ela afirmou, ainda, que ações focadas em palestras de dependentes químicos em escolas têm, de acordo com a maioria dos estudos, o resultado inverso ao pretendido: acabam induzindo ao consumo. Para ela, é preciso, portanto, monitorar todos os programas durante o processo completo, antes, durante e após sua implantação.

Raquel Pedroso disse, ainda, que prevenção é educação e isso envolve reconhecer a liberdade individual de pensamento e o contexto dos envolvidos. “Não adianta dizer que droga mata e o adolescente descobrir, no primeiro trago ou no primeiro gole, que não é bem assim”, reforçou. A psicóloga salientou também que as ações não podem ser simplesmente transportadas de um contexto a outro ou tidas como soluções absolutas. “Nada é "em si", o contexto é fundamental. Não podemos afirmar que o esporte é sempre promotor de saúde quando a cervejinha depois de cada campeonato é a regra”, disse.

A tendência punitiva adotada com usuários de drogas ilícitas também foi avaliada negativamente por Raquel Pedrosa. Ela lembrou que enquanto a legislação penal tenta aumentar as punições e, cada vez mais, acaba levando usuários para a cadeia, do ponto de vista das políticas de saúde mental fala-se em acabar com instituições como manicômios. “Essa tensão não está superada, ainda é nosso desafio”, completou.

Ainda durante a primeira mesa, a coordenadora da Comunidade Terapêutica Terra da Sobriedade, Carolina Couto da Mata, falou sobre a complexidade de se tratar do tema com os adolescentes e apresentou exemplos ligados a um dos programas da comunidade que representa, batizado de Meninos da Terra. Ela citou o exemplo de uma adolescente de 13 anos que queria ajuda para estudar. “A situação dela era a seguinte: o pai, dependente químico; a mãe, paciente em tratamento por sofrimento mental. Os irmãos são envolvidos com o tráfico e a família perdeu a casa por dívidas com o tráfico. Cada um foi morar em um lugar e ela está com a avó em um assentamento, seu quarto endereço em seis meses”, disse. Assim, ela reforçou a complexidade do tema e disse que o foco do trabalho na comunidade é com a família.


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